terça-feira, 24 de maio de 2011

Atividade de vulcão islandês ameaça espaço aéreo europeu


O vulcão islandês Grimsvötn continuava expelindo cinzas, esta segunda-feira, e, embora sua atividade tenha diminuído, a Europa teme que possa ocorrer algo similar ao acontecido há um ano, quando a erupção do Eyjafjöll forçou o fechamento do espaço aéreo europeu por um mês.

"A grande interrogação para amanhã (terça-feira) é saber se as cinzas afetarão a Escócia e a Irlanda do Norte", declarou à AFP o geofísico Gunnar Gudmundsson, do Instituto de Meteorologia islandês, que espera que a pluma se reduza nas próximas horas.

A força da erupção continuava "importante" nesta segunda-feira e, segundo o meteorologista Peitur Arason, "os ventos de baixa altitude (...) sopravam forte na direção da Grã-Bretanha, mas em altitude mais elevada, sopravam para noroeste".

Segundo este cientista, as cinzas constituem "a metade inferior" da nuvem procedente do vulcão e que poderiam afetar o tráfego aéreo na Europa nos próximos dias.

O secretário de Estado de Transportes francês, Thierry Mariani, assegurou que "no dia em que a Europa for afetada, voos terão que ser cancelados".

A entidade europeia de segurança aérea Eurocontrol assegurou, no entanto, que não estão previstos fechamentos do espaço aéreo, nem mesmo parciais, pelo menos na segunda e terça-feiras, fora da Islândia, embora a nuvem de cinzas se espalhe por parte do céu europeu.

Os meteorologistas britânicos avaliam que a nuvem de cinzas chegará no norte da Grã-Bretanha na noite desta segunda-feira ou na manhã de terça-feira.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que está na Irlanda, no início de um giro europeu, adiantou em um dia sua viagem ao Reino Unido para a noite desta segunda-feira, devido a "uma mudança de direção" das cinzas vulcânicas da Islândia, afirmou a Casa Branca.

"O programa de terça-feira permanece inalterado", acrescentou um porta-voz, destacando que Obama será recebido com grande pompa pela rainha Elizabeth II e ficará hospedado no Palácio de Buckingham até quinta-feira.

A nuvem poderá, ainda, se espalhar pelo espaço aéreo francês e do norte da Espanha, na quinta-feira, "se as emissões vulcânicas continuarem com a mesma intensidade", segundo o Eurocontrol.

"Existe um risco de que as cinzas cheguem a certas regiões do norte da Europa nas próximas 48 horas", destacou o organismo.

Os meteorologistas finlandeses temem que a Escandinávia seja afetada a partir de terça-feira pelas cinzas vulcânicas.

Enquanto a Groenlândia fechou seu espaço aéreo, a Islândia, cujo céu também está fechado desde domingo, estudava a possibilidade de reabrir o aeroporto internacional de Reikjavik-Keflavik, informou à AFP a porta-voz da autoridade aeroportuária islandesa, Isavia Hjordis Gudmundsdottir.

Mas desde a tarde, "já se pode aterrissar na Islândia", em Akureyri e Egilsstathir, dois aeroportos de menor importância, acrescentou.

A Islândia está na rota de alguns voos transatlânticos, mas desde domingo só foram cancelados aqueles que têm a ilha como origem ou destino.

O vulcão Grimsvötn, o mais ativo do país, vive desde sábado sua mais intensa erupção há um século e a nuvem de cinzas alcançou nas primeiras horas os 20.000 metros de altura, embora depois tenha diminuído para a metade.

A região que cerca o vulcão ficou rapidamente coberta por uma densa camada de cinzas e "a visibilidade em Kirkjubaejarklaustur (povoado situado a 70 km da cratera) é muito limitada, assim como nas ilhas Westmann", situadas a sudeste da islândia, explicou Kjartansson.

Segundo as primeiras constatações, as cinzas do Grimsvötn são mais pesadas e se depositam antes no solo que as expulsas há um ano pelo Eyjafjöll.

No entanto, as bolsas europeias reagiram com preocupação diante da erupção do Grimsvötn, temendo que possa se repetir o ocorrido em abril do ano passado, quando a erupção do Eyjafjöll forçou o fechamento do espaço aéreo europeu durante quase um mês, provocando o cancelamento de mais de 100.000 voos e que cerca de oito milhões de passageiros ficassem bloqueados nos aeroportos.

O dono da companhia de baixo custo Ryanair, Michael O'Leary, considerou que "não se voltará a repetir o fechamento em larga escala do espaço aéreo", como aconteceu no ano passado.

Fonte: AFP

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