sexta-feira, 13 de maio de 2011

Avião não tripulado americano mata 8 no Paquistão

Um avião não tripulado dos Estados Unidos disparou mísseis e matou oito militantes nesta quinta-feira (12) no Paquistão, informaram as autoridades locais. Foi o terceiro ataque desse tipo desde que as forças americanas localizaram e mataram o terrorista Osama bin Laden em um esconderijo em Abbottabad, ao norte do país, há dez dias.

De acordo com autoridades paquistanesas, a aeronave disparou mísseis contra um veículo que se dirigia para a fronteira afegã na região do norte do Uaziristão, matando oito militantes de grupos extremistas.

Um dos funcionários paquistaneses, que se negou a ser identificado pela agência de notícias Reuters, afirmou que "pelo menos quatro aviões não tripulados ainda estavam sobrevoando a região”.

A CIA (agência de inteligência americana) lança ataques regulares com suas aeronaves contra militantes nas terras tribais da etnia pashtun, pois eles estariam atravessando a fronteira do Afeganistão para combater forças ocidentais no país vizinho.

No entanto, o terceiro ataque desse tipo desde a morte de Bin Laden mostraria uma intensificação dos ataques em comparação com as semanas anteriores à morte do militante saudita, avalia a agência Reuters.

Morte de Bin Laden abalou aliança entre EUA e Paquistão

A morte do chefe da Al Qaeda em uma operação secreta de tropas de elite da Marinha americana no dia 1º de maio provocou tensão entre os governos dos EUA e do Paquistão.

EUA teme escalada de violência na região

Oficiais americanos admitiram que não informaram ao governo paquistanês sobre a ação, e que, inclusive, elaboraram um “plano B” para o caso de os militares do país reagiren à presença de soldados americanos não autorizados. Já o governo do Paquistão demonstrou indignação contra o que chamou de uma “violação de soberania”.
Autoridades paquistanesas disseram que o país deve receber algo em torno de R$ 485 milhões (US$ 300 milhões) dos EUA para cobrir os custos da luta contra terroristas islâmicos no país, mas parlamentares americanos questionam se o país deve mesmo continuar a efetuar os depósitos.

Depois que Bin Laden foi encontrado em Abbottabad - a apenas 50 km ao norte da capital Islamabad e a poucos metros da maior academia militar do país -, alguns políticos americanos exigem que Washington suspenda a assistência financeira ao Paquistão. Os americanos pagaram ao país cerca R$ 11,6 bilhões (US$ 7,4 bilhões) desde 2001, quando os paquistaneses se juntaram à campanha contra o terrorismo na região.

Os EUA ainda planejam interrogar as três esposas de Bin Laden que foram encontradas em seu esconderijo após a operação da semana passada. Elas estão sob custódia do Paquistão, que ainda não permitiu que elas falassem.

EUA temem pela segurança de esquadrão

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, manifestou preocupação pela segurança dos membros do comando Seal, a tropa de elite da Marinha americana, após o envolvimento deles na operação que liquidou Bin Laden.

Em um encontro de militares da Marinha na Carolina do Norte nesta quinta, Gates pediu que sejam reforçadas as medidas de segurança para os integrantes e suas famílias.

- Quando me reuni com a equipe na quinta-feira passada, eles me expressaram sua preocupação em relação aos seus familiares.

O ataque ao esconderijo de Bin Laden, há pouco menos de duas semanas, desencadeou uma avalanche de atenção por parte dos meios de comunicação em torno do grupo de elite do comando Seal, o Team 6, que realizou a operação.

Repórteres viajaram até a Virgínia para tentar conseguir mais detalhes sobre o comando militar, cuja base encontra-se em Dam Neck. Militares aposentados e ex-membros do grupo estão sendo convidados regularmente a programas de entrevistas na televisão americana.

Entretanto, Gates fez questão de ressaltar que os militares vêm conseguindo proteger os soldados.

- Acredito que foi feito um esforço forte e consistente para proteger as identidades dos que participaram da missão. E acredito que isso deve continuar sendo feito.

A atuação dos mais de 20 militares do grupo Seal que estiveram a cargo do ataque em helicópteros à casa de Bin Laden foi confirmada publicamente pelo diretor da CIA, Leon Panetta, e pelo vice-presidente americano, Joe Biden, logo nos dias seguintes à investida.

Oposição critica militares paquistaneses

A morte do terrorista também provocou críticas internas ao governo e às forças armadas do Paquistão - tanto pelo fato de Bin Laden ter podido viver no país aparentemente sem ser detectado, quanto pela operação secreta norte-americana.

O líder da oposição e ex-premiê, Nawaz Sharif, acusou a poderosa agência de espionagem das forças armadas de negligência e incompetência.

Sharif rejeitou a decisão do governo de instaurar um inquérito militar para investigar por que o serviço de inteligência paquistanês não sabia que Bin Laden estava escondido no país. Ele defendeu a criação de uma comissão judicial formada por civis para investigar o caso.

Fonte: R7

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